O equitador quer um cavalo dócil, manso, tranquilo e, ao mesmo tempo, ativo, habilidoso, ágil e responsivo aos comandos
26/07/2019 - 17:15 | Atualizado em 02/09/2021 - 09:51
O maior sonho dos cavaleiros é ter um cavalo dócil, manso, tranquilo e, ao mesmo tempo, ativo, habilidoso, ágil e responsivo aos comandos. Isso é possível desde que o tratamento para com o animal seja baseado no amor. A maneira como o tratamos certamente influencia nos resultados. Portanto, tenhamos em mente que os primeiros a serem “treinados” somos nós mesmos.
Julgo ser fundamental o respeito mutuo. Ouvimos muitas vezes reclamações sobre cavalos rebeldes, no entanto, quando isso acontece devemos nos perguntar como o animal está sendo tratado? De que maneira foi tocado pela primeira vez? As pessoas a sua volta o tratam com amor? A maneira ideal para acessar um cavalo, sem dúvida, é estarmos convictos do que queremos e, sobretudo, amá-lo e respeitá-lo.
O cavalo só não faz aquilo que requisitamos a ele quando não entende, portanto, cabe a nós sabermos de fato o que buscamos, pois ele aprende por repetição. É preciso saber a hora exata de corrigi-lo, bem como o momento certo para agradá-lo. Seguros do que pretendemos, passando de forma adequada o que almejamos, uma relação de total confiança se estabelece. E a cumplicidade só ganha força.
Muitos confundem medo com respeito. Na realidade, o animal tem que sentir prazer no que faz e não se ver obrigado a realizar determinado exercício. Nem todo cavaleiro tem o discernimento e o bom senso de perguntar: onde estou errando? O por quê essa reação negativa do animal? O fato é que não paramos para pensar que estamos nos relacionando com seres vivos que também sentem, pensam e decidem. O cavalo, sem dúvida, é o nosso espelho. Temos que corrigi-lo e agradá-lo imediatamente após cada situação. A disciplina é necessária e tem que existir, mas, com certeza, os mais disciplinados têm que ser os equitadores, ou seja, nós mesmos.
Temos nossos limites e eles também. Convictos do que queremos, com calma e respeito, saberemos cada vez mais acessar o nosso cavalo, tendo sucesso a cada etapa realizada. Não devemos pular fases, haja vista que alguns respondem imediatamente e outros são tardios, porém todos são acessíveis.
De uma forma geral, os equídeos - asininos, muares e equinos - aprendem por repetição, lembrando que toda ação gera uma reação, por isso é importante decidirmos o que queremos, pois nossas atitudes influenciam diretamente nas respostas deles. Eles foram criados para serem respeitados e, em troca, proporcionam a nós momentos inesquecíveis. Então, que saibamos cuidar, respeitar, amar e aproveitar o que eles têm de melhor a nos oferecer. Só assim a nossa relação será um verdadeiro espetáculo!
Dalva Marques é treinadora e jurada de equídeos. Junto ao marido, Silvio Parizi, ela comanda o Rancho Bigorna, em São Sebastião da Grama/SP