Abordagem simples acerca do que se preconiza como o bom andamento marchado e apontamentos técnicos dentro da competição
25/05/2019 - 12:54 | Atualizado em 01/09/2021 - 17:10
Para a minha segunda coluna em Agro MP, optei por discorrer sobre as análises nas provas de muares. De maneira conceitual, a marcha é um andamento natural, espontâneo, avante (picada ou batida), com deslocamentos alterados dos bípedes em diagonal ou lateral, intercalados com momentos de tríplice apoio.
1. Gestos de marcha: traduz-se em a qualidade dos movimentos de anteriores, posteriores e diagrama de apoios, característicos da marcha. Prioriza-se o movimento rolado dos membros anteriores e posteriores, flexionados na medida certa, sem exageros nas articulações. Nota-se nos anteriores a definição de um semicírculo, apresentando movimento avante, com energia e total sintonia com os posteriores. Jarretes com movimentos suaves, progressão horizontal, na medida certa, nem rasteira, nem elevada.
2. Comodidade: qualidade na movimentação, fazendo com que o animal mantenha o tronco estável, sem oscilações, para que não transmita nenhum impacto ou desconforto ao cavaleiro. Nada de “movimentos parasitas”, lateral ou frontal. Animal levemente apoiado na embocadura, com bom temperamento de sela, com disposição para andar, equilibrado nas trocas de apoio, sempre com muita franqueza.
3. Estilo: nobreza dos movimentos, total equilíbrio, harmonia, elegância e, sem dúvida, energia do começo ao fim.
4. Rendimento: usa-se o menor número de passadas para percorrer uma distância determinada. Característica indispensável para qualquer animal de sela: bom rendimento, com atitude, progressão e equilíbrio.
5. Regularidade: é uma qualidade para se manter no mesmo ritmo e velocidade, sem alterar os demais quesitos, no decorrer da prova. Segue a mesma toada do início ao fim.
6. Resistência: o animal deve manter o mesmo ritmo, desempenho, energia e se mostrar íntegro no decorrer da prova.
7. Equipamentos: livre escolha do cavaleiro, desde o tipo de embocadura até o uso de esporas, claro, desde que sejam utilizados adequadamente e não causem dano ao animal.
*Itens desclassificatórios: animal de má índole - morde, pula, escoiceia e/ou não permite ser montado; todo e qualquer tipo de sangramento; esporas, barbelas e chicotes irregulares, que possam ferir o animal; problemas respiratórios, e qualquer grau de claudicação (manqueira).
Fiz uma abordagem simplificada acerca daquilo que se preconiza como a boa marcha do muar, bem como apontei os pontos positivos e negativos dentro de uma competição, sob a análise técnica do jurado. Reitero que o mercado do muar marchador está em franca expansão, haja vista que muitos negócios são feitos nas próprias copas de andamento e nos poeirões, além de vendas constantes em leilões especializados.
Um bom muar leva o homem ao progresso!
Dalva Marques é treinadora e jurada de equídeos. Junto ao marido, Silvio Parizi, ela comanda o Rancho Bigorna, em São Sebastião da Grama/SP