Através da prevenção, podemos evitar que os nossos amiguinhos desenvolvam doenças que lhes tragam sequelas ou até os levem à morte
28/04/2021 - 11:49 | Atualizado em 10/02/2023 - 16:21
Abordo aqui um assunto bastante discutido, mas que ainda gera muitas dúvidas na cabeça de quem tem cachorro ou gato. Com tantas vacinas disponíveis no mercado, os tutores não recebem as orientações corretas sobre a vacinação de seus animais. Neste sentido, elaborei um texto que visa a esclarecer os pormenores do tema, sendo que o ponto mais importante é entender como funciona a vacina.
Pesquisas sugerem que não há necessidade de aplicações anuais de todas as vacinas, pois a estimulação constante do sistema imunológico e a inoculação dessas substâncias provocariam “vacinoses”, cujos sintomas são queda de imunidade transitória, problemas de pele, febre, letargia e alergias. Sendo assim, o ideal seria que os protocolos vacinais fossem individualizados e as mensurações de anticorpos no sangue dos animais fossem determinadas para saber a necessidade dos reforços. O organismo do pet tem que ter anticorpos contra vírus, bactérias, fungos etc. Atualmente, existem diferentes tecnologias de produção, com empresas sérias e idôneas promevendo pesquisas e estudos, visando a criar vacinas cada vez mais seguras e eficazes.
No mercado brasileiro de vacinas para cães existem inúmeras opções: V10 ou V8, a polivalente, que protege contra cinomose, parvovirose, hepatite infecciosa, doença respiratória por adenovírus tipo 2, coronavírus, parainfluenza e 04 tipos de leptospirose. A antirrábica protege contra a raiva; a de giárdia contra a giardíase, e a de gripe contra uma bactéria chamada Bordetella. Há também vacinas contra leishmaniose canina e dermatofitose (fungo).
Apesar de os donos acreditarem que o melhor seja vacinar anualmente com todas elas, quem detém tal informação e define o procedimento correto é o médico veterinário. O profissional avalia se o cão está saudável para receber a vacina, a fim de que as células de defesa estejam aptas a produzir anticorpos. Por isso que os animais doentes devem ser primeiramente tratados para só então receberem as doses.
Outro ponto importante é a escolha das vacinas. O ambiente, a idade e a imunidade têm relevância. Como exemplos recorrentes, animais que não frequentam áreas endêmicas para leishmaniose, normalmente não recebem essa vacina. Cães que estão debilitados, enfrentando doenças crônicas ou graves, muitas vezes também não são vacinados. Os riscos e benefícios da imunização devem ser sempre avaliados de forma individual.
Apesar de raras, reações adversas podem acontecer, como pequenos nódulos no local de aplicação, febre, diarreia, vômitos, alergias e, mais raramente, choque anafilático. Mesmo assim, o custo-benefício vai a favor da vacinação, pois as reações são infrequentes e, na maioria das vezes, brandas. O mais importante é que a imunização seja realizada por médico veterinário, que poderá identificar alguma reação adversa e tratar o animal. As clínicas veterinárias dispõem de vacinas de alta qualidade, as quais são armazenadas nas temperaturas corretas, em geladeiras específicas, sendo retiradas apenas na hora do uso. Tudo isso para manter as propriedades vacinais.
No geral, as vacinas são reaplicadas anualmente, entretanto, em alguns casos podem ser mais espaçadas, de acordo com o tipo e com a duração de anticorpos no organismo. Os cães iniciam a vacinação aos 45 dias de idade e os gatos aos 60, com a polivalente. Quando estão iniciando o esquema, eles normalmente necessitam receber um reforço ou dois, dependendo do tipo de vacina, após 21 dias. Depois, são realizados reforços anuais porque os anticorpos normalmente vão decrescendo ao longo dos meses.
Realizando a vacinação de forma adequada, prevenimos doenças, as quais podem levar os pets a desenvolverem sequelas para o resto de suas vidas. Por isso, prevenir é sempre o melhor remédio!
A médica veterinária Janaina Biotto é especialista em Anestesia, Oncologia, Ozonioterapia e Acupuntura. Atende no Vila Chico Pet Hotel, em Botucatu/SP